Caro senhor, perdoa-me a improbidade
Embora sejamos nós dois semelhantes
Não quero que dispas, sequer um instante,
Teu estimado pendor da autoridade.
Desejo somente deixar cá registrado
Que teus altos títulos, patentes e nomes
Protegidos atrás de intratáveis pronomes
Não são mais que meros papéis carimbados.
Que não te venhas a menosprezar, portanto,
Quem teus salários e mordomias sustenta
Pois o que te garante juiz, magistrado
Não te previne uma hora o espanto
De ao invés de errar o “doutor” que ostentas
Na tua cara acertar um soco bem dado.